quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Explorando a Ilha de Bornéu!

Quando vai se aproximando a época das férias vou ficando cada vez mais entusiasmada, pareço até criança de tão eufórica que fico para chegar logo no destino escolhido. Geralmente eu costumo programar a viagem bem antes, primeiro porque é bem mais barato comprar com meses de antecedência, e segundo porque eu gosto de  ter um pouco mais de tempo pra pesquisar e me informar bastante sobre o lugar que quero visitar.
Só que dessa vez as coisas funcionaram de outra forma, eu fiquei completamente indecisa, sem saber ao certo para onde ir. Aí o tempo foi passando, quando me dei conta já estava em cima da hora e foi preciso fazer tudo às pressas.

Mamukan Island

Como tenho filhos adolescentes, não dá mais pra decidir a viagem sem ouvir a opinião deles. Geralmente eles opinam e eu costumo pensar um pouco a respeito, acho melhor conversar e entrar em um acordo que viajar com adolescente de bico.

Conversa vai, conversa vem, acabamos decidindo ir para a Ilha de Bornéu, na Malásia. Apesar do destino ter sido escolhido sem  muita pesquisa, baseado apenas em algumas dicas de amigos e no que havia disponível na agência de viagem, no final das contas deu tudo certo: o destino agradou a todos!

Os meus filhos adoram  curtir uma praia, eu também gosto, mas não consigo ficar tanto tempo só olhando para o mar. De todas as maneiras, tive que me contentar em fazer mais atividades aquáticas que ficar passeando em centros históricos, que é o que na verdade me agrada. Mesmo assim, não deixei de dar umas escapadinhas para fazer meus passeios básicos pela cidade. Sem muita correria caminhei pelas ruelas do vilarejo, me perdendo e me achando, aproveitando para observar as peculiaridades do lugar, descobrindo cantinhos onde ninguém imagina que pode encontrar algo de interessante.



Mesquita flutuante em Kota Kinabalu


Chegando na Malásia notamos logo a diferença, um calorão delicioso, pra quem queria escapar do friozinho de Hong Kong só esse tempo abafado já valia a viagem! Bornéu além de bonita é enorme, é a terceira maior ilha do mundo, está situada no sudeste da Ásia e pertence a três países: Indonésia, Malásia e Brunei. Nós, dessa vez, só tivemos tempo para conhecer a parte malaia.

Nosso ponto de chegada foi Kota Kinabalu (carinhosamente chamada de KK), capital de Sabah, o segundo maior estado da Malásia. A cidadezinha não é lá essas belezas, mas ainda assim  tem seu charme. Banhada pelo Mar da China Meridional, tem uma orla recheada de hotéis, apartamentos, marinas, restaurantes, lojas e bares.
Há também muitas ilhas próximas a KK, exatamente nessas ilhas ficamos a maior parte do tempo. A maioria delas tem praias lindas, algumas bastante selvagens e outras que são ótimas para a prática de mergulho, devido a diversidade de vida aquática que há por essas bandas.

A culinária da Malásia é uma delícia!


Nativo malaio! 

Além das praias, Bornéu também tem muitas florestas - é bem verdade que atualmente essas florestas já estão bastante devastadas, mas ainda assim é uma região bonita e com verde pra todo lado. É possível combinar atividades de praia, floresta e montanha. Aliás, a Malásia tem o Monte Kinabalu, que com seus 4.095 metros de altitude é a montanha mais alta do sudeste asiático. Pra quem gosta de aventuras mais radicais é uma boa pedida, pois é possível fazer programas guiados para alcançar o topo... Eu, infelizmente, não tenho mais o preparo físico exigido pra esse tipo de atividade.



Proboscis - espécie de macaco só existente em Bornéu
Pertinho de KK há um centro cultural, uma espécie de aldeia indígena, o Mari Mari Cultural Village. Nessa aldeia aprendemos sobre os costumes dos nativos, sobre sua culinária (recebemos inclusive um cursinho básico de como cozinhar no bambú), provamos de sua comida e bebida, houve danças, entramos nas casas e vimos como os indígenas viviam e como se vestiam etc. O preço pra essa atração é um pouco salgado, mas vale a pena, porque é um lugar organizado, limpo e oferece guias com muita experiência. É um passeio interessantíssimo, super recomendo pra quem viaja com crianças e adolescentes.
Também saímos pra conhecer e tentar nos aproximar dos Proboscis, uma espécie de macaco de nariz comprido que só existe na ilha de Bornéu. Infelizmente os bichinhos são selvagens e só foi possível vê-los lá ao longe, mesmo assim achei muito mais interessante observá-los em seu habitat natural que presos em um zoológico.

Eu gostei pra caramba dessa viagem, e se faço uma comparação com a viagem do ano passado que fiz pra Tailândia, posso dizer que a grande diferença está mesmo na simpatia dos nativos. Achei os malaios mais fechados que os tailandeses. Eles não são grosseiros, são apenas sérios e bastante reservados. Tive a impressão de que apesar de Kota Kinabalu ser um lugar com muitos turistas, o povo local não fica ainda completamente à vontade para recebê-los.


Ficar tanto tempo de frente para o mar serviu para que eu pudesse descansar pra valer, pois na maioria das vezes as minhas viagens de férias acabam sempre me deixando muito exausta. Felizmente dessa vez eu voltei pra casa renovada.
Foi uma experiência maravilhosa conhecer a Ilha de Bornéu... A viagem realmente valeu muito a pena!!


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Ano Novo Chinês - O Ano da Serpente!


O ano da serpente

Não sei se vocês sabem, mas a festa de ano novo daqui, aquela que nós ocidentais comemoramos no dia 31 de dezembro, é um bocado sem graça. Tão sem graça que na minha primeira virada de ano em Hong Kong fiquei meio decepcionada. Isso porque esperava encontrar uma supermegafesta, mas acabei mesmo foi me deparando com uma festinha tímida e uns fogos de artifício pra lá de desanimados.
Tá, eu reconheço que em se tratando de festa de réveillon sou bastante exigente, tenho a tendência a fazer comparações entre as comemorações que acontecem no Brasil e outras comemorações de qualquer outro lugar por onde passo. Eu sei, esse negócio de ficar comparando não tá com nada, mas eu não consigo deixar de imaginar a festança que rola à beira-mar em Copa e fico meio nostálgica... E, não podemos negar que em matéria de alegria, alto-astral e animação, a galera do Brasil arrasa, né?!
Mas, passado o desapontamento inicial, fui informada que o "bam bam bam" dos chineses é mesmo o Ano Novo deles - o famoso Ano Novo Chinês. E que ao contrário de nós, que comemoramos apenas na virada do dia 31 de dezembro, sua comemoração dura vários dias... E aí sim,  ELES BOTAM PRA QUEBRAR!

tangerinas e laranjas - símbolos da abundância
A festa do ano novo chinês, também conhecida como Festival da Primavera, teve início no dia 10 de fevereiro e só vai terminar com o Festival das Lanternas no décimo quinto dia do primeiro mês lunar. Isso significa que os chineses ainda estão em período de comemoração.
Eles seguem inúmeras tradições, entre elas está o costume de decorar as casas com pequenas árvores carregadas de laranjas ou tangerinas, algo um pouco parecido com a nossa tradiçao de montar o pinheiro no Natal. Para eles, laranjas e tangerinas são símbolos da abundância.
Nessa época, os chineses decoram praticamente tudo de vermelho e dourado - cores que significam felicidade e prosperidade. E, como nós, adoram fazer uma boa comilança (comida típica deles,  é claro!!) e assistir à queima de fogos.


Envelopes para dinheiro
O Ano Novo chinês é o feriado mais importante da China - segue o calendario chinês tradicional - que é baseado no ciclo lunar - por isso o dia da comemoração muda todos os anos. É um evento familiar, durante essa época há um grande movimento de viajantes por todo o país, pessoas que se deslocam de um lugar para outro para fazer visitas familiares, a consequência disso é a superlotação em todos os lugares imagináveis.
Além disso, costumam também presentear os mais chegados, sobretudo crianças, com dinheiro dentro de pequenos envelopes vermelhos. Aliás, dinheiro é o que não falta por aqui, nunca conheci um povo pra valorizar tanto uma bufunfa... rsrs. Ah, esses envelopes também são usados para pendurar nas árvores de laranja como decoração. 


Na China cada ano é regido por um animal. Este ano é regido pela serpente, que dentro da astrologia chinesa é considerada um animal sagrado e de aspecto positivo: traz boa sorte, novas energias e está também relacionado com a sabedoria.
Os chineses dizem que o ano regido por esse animal será um ano com muitos conflitos, mas acreditam também que pode ser um ano de mudanças e idéias criativas.
Eu acho interessante eles acreditarem nisso e tal, mas vou logo adiantando que eu de supersticiosa não tenho absolutamente nada, e esse negócio de energia positiva, serpente... hum, sei não, só de imaginar uma serpente perto de mim a tal da energia desaparece por completo, não consigo sequer correr...rsrs!!
Mas, como quem tá na chuva é pra se molhar, já que estou aqui aproveito para expandir meus horizontes e aprender um pouco mais sobre as tradições chinesas e, de quebra, ainda desfruto da festa.

Os chineses estão celebrando 4711 anos... Então, desejo a todos: Kung Hei Fat Choi!! 
Feliz Ano Novo!!


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Tem Carnaval na Ásia? Tem sim, senhor!!

Foliã no carnaval de Taiwan
Dia desses, estava eu aqui pensando sobre a alegria que reina no Brasil no momento, na galera se preparando pra curtir o carnaval, na preparação das fantasias e na dedicação das pessoas que trabalham dia e noite nos barracões das escolas de samba, e fiquei assim: meio borocoxôNão que eu seja fã de carnaval, muito pelo contrário, me acho desanimada de mais pra isso. Até já tive a oportunidade de desfilar em uma escola de samba de São Paulo (faz  muito anos), mas vou confessar pra vocês: acho que não repetiria o feito.
algumas fantasias são confeccionadas por brasileiros
Tá, mas depois de todo esse blá blá blá, vocês devem estar pensando: se a fulana diz não gostar de carnaval - por que cargas-d'água ficou borocoxô? Calma, gente, eu explico: Eu quis dizer que apesar de não ser lá muito animada pra encarar a maratona de desfiles, blocos, bailes e afins, a sensação de alegria que invade o Brasil nessa época do ano me agrada muito. Eu gosto de ver como as pessoas conseguem esquecer por um momento suas dificuldades e cantam, e sambam, e são felizes. Pode até ser uma falsa felicidade, mas eu sinto uma saudade imensa dessa atmosfera de animação.
E agora, por estar tão longe de casa e saber que por aqui não rola nada parecido, bateu aquela nostalgia... Acho que quem mora há muito tempo fora do Brasil me entende, né? Mesmo aquelas pessoas que como eu não curtem tanto o carnaval.
Bom, resulta que estava eu sentada numa cafeteria divagando sobre isso: sobre como o povo brasileiro é único, divertido, alegre, animado, de bem com a vida e tal... E meus olhos foram certinho na revista que minha vizinha de mesa estava lendo. A matéria dizia assim:
"Você não precisa atravessar o mundo para ir ao Rio, no Brasil, curtir o Carnaval, quando há uma festa similar em Taipei, Taiwan todos os anos..."
Como assim? Meu queixo caiu!! E como a minha curiosidade aliada à saudade ninguém segura, nem preciso dizer que corri  pra procurar a bendita revista!! Pois é, li tudinho, me informei e pronto, foi suficiente pra espantar a tristeza pra lá. E é isso aí, minha gente, do lado de cá também rola uma festa um pouco parecida com o nosso famoso carnaval. Quando comecei a ler, achei esquisito pra caramba, porque quando a gente pensa em China, carnaval não é a primeira coisa que nos vem à cabeça, não é verdade?
Mas parece que eles têm investido muito nesse evento. A primeira festa de carnaval em Taiwan ocorreu em 2002 e teve apenas 200 participantes, já em 2012 esse número mudou pra 5.000 participantes. E a cada ano que passa o evento só tem crescido e atraído pessoas de todas as idades e estilos de vida. O carnaval de Taiwan tem um pouquinho do carnaval do Rio de Janeiro misturado com elementos do Mardi Gras, da Nova Orleans, que são combinados com elementos típicos da cultura de Taiwan. É uma mistureba danada,  mas mesmo assim eles fazem sua festa e se divertem.

Folião no carnaval de Taiwan
Será que a chinesinha sabe sambar?
Ainda na cafeteria, rebobinei a fita e voltei anos atrás no meu desfile em São Paulo: além da Vai Vai, escola na qual desfilei, ter ficado em penúltimo lugar e por pouco não ter sido rebaixada para o grupo de acesso (acho que ainda por cima sou pé frio... rsrs), a minha bota apertou e fez um calo enorme; a fantasia era muito grande e pesada e me fez uma ferida no ombro; choveu o tempo todo e molhou todas as penas o que fez a fantasia pensar ainda mais; a fila pra comprar uma garrafinha de água era quilométrica e a do banheiro nem se fala; pegar um táxi pra voltar pra casa era quase impossível; tentar enfiar a fantasia com tantos penduricalhos no porta mala do tal táxi um sacrifício, e conseguir chegar em casa depois do exaustante desfile foi uma odisséia.
É, pessoal, acho que senti saudades apenas da alegria mesmo, quando penso no trabalhão que deu todo o preparo prévio pra desfilar e participar de uma festa assim, prefiro ficar aqui, quietinha no meu canto, só saudadeando!! Mas, de qualquer forma, respeito quem curte e tiro o chapéu pra aquelas pessoas que têm energia de sobra pra pular os quatro dias de carnaval.
E, pra quem estiver do lado de cá e quiser relembrar um pouquinho dessa festa tão popular, não custa nada dar um pulinho em Taiwan. Mas eu aviso logo, apesar de algumas fantasias serem confeccionadas por brasileiros e tal...  Quem quiser vir que venha, mas por seu próprio risco - eu não posso garantir que a alegria e o rebolado sejam os mesmos... Rsrs ;)
Aproveitem o Carnaval, pessoal!!