quarta-feira, 24 de abril de 2013

BookCrossing Blogueiro - eu também participo!!



É a primeira vez que eu participo do BookCrossing Blogueiro. Tive a oportunidade de conhecer o projeto recentemente lá no blog da Luz de Luma e achei a idéia divertida e interessante.
Confesso que eu sou uma pessoa de muitos livros, no entanto, posso me desapegar deles com uma certa facilidade; a prova disso é que consigo presentear, doar e emprestar para amigos e conhecidos sem sofrer em demasia.

Tenho uma estante com diversos títulos, porém minha estante não tem como objetivo principal fazer parte da decoração da casa ou impressionar as visitas, mas ser um local destinado à leitura, tanto pra mim quanto para os outros membros da família. 
Durante uma época evitei comprar livros, preferia pegar com amigos e em bibliotecas, mas desde que passei a morar no exterior voltei a comprá-los com mais frequência, principalmente em língua portuguesa - pra matar a saudade do meu idioma e daqueles escritores que admiro. Eu também acho muito melhor compartilhar nossos livros com diversas pessoas que mantê-los intocáveis em uma estante juntando pó. Ter muitos livros em casa é válido, desde que  sejam lidos e não apenas mantidos como objetos de decoração.

Quando decidi participar do projeto, pensei em libertar um livro que li no final de 2011 e que me tocou profundamente: Por favor, cuida da mamae, da escritora coreana Kyung-sook Shin. Mas depois de uma busca sem sucesso lembrei que eu já o tinha libertado em agosto de 2012, mesmo sem ter conhecimento do BookCrossing. Presenteei uma menina brasileira que conheci por acaso aqui em Hong Kong, ela comentou que gostaria de ler livros de algum escritor oriental e eu passei o livro adiante. 
Quando percebi que o livro escolhido já havia sido libertado há tempos, fiquei matutando pra tentar encontrar outro que pudesse agradar quem o encontrasse. Então, lembrei de um que li no ano passado: O sentido de um fim, do escritor inglês Julian Barnes... Decidi libertá-lo sem pensar duas vezes.



Coloquei um recadinho dentro explicando tudo e deixei o livro em um lugar muito turístico e famoso aqui de Hong Kong. Afastei-me um pouquinho e fiquei torcendo para que alguém o encontrasse logo. A pessoa chegou, disfarçou um pouquinho, abriu o livro, leu a mensagem e decidiu levar... Não me aproximei pra perguntar o que ela achou disso, mas de longe deu pra perceber que curtiu a ideia. Espero que realmente tenha entendido o objetivo da brincadeira, que desfrute da leitura (como eu desfrutei) e consiga dar continuidade ao projeto.

Vamos participar, pessoal?


quinta-feira, 4 de abril de 2013

Chuva, fila e Andy Warhol!


warhol4Uma das coisas que mais gosto em Hong Kong é a possibilidade de fazer a cada dia uma atividade cultural diferente. Isso só é possível porque a cidade oferece muitos eventos nacionais e internacionais: festivais pra cá, feiras pra lá, torneios pra acolá, o que torna a vida cultural bastante diversificada.
Eu, por exemplo, adoro esse tipo de programa, só que a maior parte da população também gosta, isso significa que é preciso ter muita paciência e boa vontade pra enfrentar a maratona de filas pra essas atividades, sobretudo durante os fins de semana.
No domingo passado, achei que já estava na hora de dar uma chegadinha lá no Hong Kong Museum of Art - onde está sendo exibida a exposição 15 Minutes Eternal, do americano Andy Warhol. Uma excelente ideia para um Domingo de Páscoa chuvoso, sem nada interessante pra fazer em casa.
Pessoal, tomei um susto, a  fila para comprar as entradas estava enorme. As pessoas, que não se intimidaram com a chuva, iam avançando na velocidade da lesma... E eu lá, firme e forte, esperando chegar a minha vez. Finalmente consegui entrar no museu, foi aí que percebi que lá dentro também havia fila para entrar nas salas da exposição. Precisei ficar esperando na porta até que as pessoas que estavam dentro fossem saindo para que eu pudesse entrar. Acontece que eu ainda nao me acostumei com a quantidade de pessoas aqui em Hong Kong, então comecei logo a reclamar e a me queixar, o que me fez levar um bom puxão de orelha do marido que, ao contrário de mim, é  bem paciente.
Eu não sei se todos vocês conhecem Andy Warhol, mas acredito que mesmo aquelas pessoas que nunca ouviram falar nada sobre esse artista já devem ter visto imagens suas estampadas por aí. Como por exemplo, aquela famosa fotografia da Marilyn Monroe, trabalhada com cores bem espalhafatosas, e também a imagem da lata de sopa Campbell's. Pois é, essas também eram as únicas imagens que eu associava a ele: a lata e Marilyn!!
warhol
Marilyn Monroe

Black Bean 1968 by Andy Warhol 1928-1987
A famosa lata de sopa!
Andy Warhol, auto-retrato
Andy Warhol, auto-retrato

Warhol era muito criativo, iniciou sua carreira como ilustrador comercial, mas sua sensibilidade para a arte contemporânea, sua experiência e habilidade foram fundamentais para preparar o caminho pra um ambiente novo na arte americana. É impossível pensar em Pop Art sem pensar em Andy Warhol. A exposição 15 Minutes Eternal marca o aniversário de 25 anos de sua morte. Seu rico repertório de obras está agora aqui em Hong Kong à disposição de quem tiver tempo e interesse para conhecê-lo.
Mas, qual a razão de falar sobre a exposição desse artista? Então, na verdade o post não é só pra falar sobre Warhol, mas para contar pra vocês o quanto Hong Kong é uma cidade interessante e cosmopolita. É também pra dizer que Hong Kong, culturalmente, é uma cidade rica. Aqui, nós não ficamos limitados a conhecer apenas a arte chinesa, porque tem de tudo, para todos os gostos e para todas as idades. Só fica em casa entediado e sem fazer nada interessante quem realmente quer.
E, na saída, depois de ter ficado bastante impaciente e irritada por conta da quantidade de público, dei de cara com uma frase do próprio Andy Warhol estampada na parede do museu: Pop Art is for everyone!
É verdade, Warhol, desculpa aí o mau jeito!